ADMITIR é, sem dúvida, uma dos passos mais difíceis a ser dados por nós. ADMITIR nossas faltas é também ADMITIR que somos impotentes, que não temos controle sobre a vida do outro e, às vezes, sobre nossa própria vida. ADMITIR é um trabalho árduo, que necessita de muita coragem. ADMITIR que fizemos da nossa vida um caos, fosse por ignorância ou por prepotência, não é fácil, e Deus sabe o quanto é duro. Se você, meu irmão, minha irmã, ainda não ADMITIU que sozinho é impossível vencer a batalha contra os vícios e o pecado, então reflita conosco:
Quantas noites você passa acordado, caminha pelas ruas à procura do seu querido familiar? Já reparou em como você mostra ansiedade na sua chegada, olhando seus olhos, cheirando suas roupas e, quando se certifica de que ele está drogado ou bêbado, fica irado, indignado, grita descontrolado até perder o fôlego? Pense no quanto tem chorado e desejado que ele ou você morra para acabar com o “seu” sofrimento? Isso sem contar ameaças, agressões verbais e até lutas corporais. Agora responda: Isso mudou alguma coisa? Mudou o comportamento do dependente? Você ainda pensa que pode controlar a vida e os passos dele? Você está se sentindo impotente?...
É possível que estejamos passando a vida na tentativa de evitar, esconder ou disfarçar a dor que sentimos por causa de nossa dependência ou co-dependência. O 1º passo é uma oportunidade para enfrentarmos a realidade e ADMITIR que nossa vida não está funcionando sob nosso controle. Então, ADMITAMOS nossa impotência e paremos de fingir que estamos no controle da situação. Chegamos ao fundo do poço e ao fim de nossa resistência. Nossos meios e esforços falharam. Este passo nos dará a orientação necessária para nossa falta de domínio e será o primeiro de uma viagem espiritual em direção à nossa libertação e integridade, as quais não serão imediatas. O processo é longo e árduo e dependerá de nossa perseverança e boa vontade.
Ora, se você ADMITE que não tem poder para mudar a vida dos outros, que tal tentar mudar a sua? Talvez você diga: Mas eu não posso! Se você não pode, há de haver alguém que possa; há de existir alguém com poder suficiente, para lhe devolver a sanidade perdida, basta que você queira! Mas eu acredito em Deus!, você pode dizer. Crer não basta. Para que a crença nos salve é preciso ADMITIR que somos impotentes e perseverar na caminhada dos passos. Afinal, levamos tanto tempo fazendo de nossas vidas uma loucura, não é mesmo?
Deus sabe quantas vezes choramos, nos sentimos abandonados e, em sua infinita misericórdia, até permite que atribuamos a Ele nossos infortúnios, nossa angústia e desespero. Por causa de nossa natureza pecadora, somos frágeis. Fazemos e dizemos coisas que, ao final, só nos causa dor e, por falta de fé em Deus e em nós mesmos, culpamos os outros pelas nossas faltas, não ADMITIMOS que estamos afastados de Deus, portanto, de esperança em uma vida melhor.
Estamos cansados e Deus sabe e não vai ficar de braços cruzados. Para Ele, nada é impossível. A cada Passo, Deus tem palavras de Vida para nós. Ele nos ama e quer que confiemos Nele para conduzir nossa vida. Vamos ouvir o que Deus tem para nos dizer hoje e meditar a Sua Palavra.
Leitura da Cara de São Paulo aos Romanos 7,15-20 “Não consigo entender nem mesmo o que faço; pois não faço aquilo que eu quero, mas aquilo que mais detesto. Ora, se eu faço o que não quero, reconheço que a lei é boa, portanto não sou eu que faço, mas é o pecado que mora em mim. Sei que o bem não mora em mim, isto é, em meus instintos egoístas. O querer o bem está em mim mas não sou capaz de fazê-lo. Não faço o bem que quero, e sim o mal que não quero. Ora, se faço aquilo que não quero, não sou eu que o faço, mas é o pecado que mora em mim”.
A Palavra de Deus nos mostra que nós fomos feitos para o bem, mas por causa de nossa natureza pecadora, muitas vezes, acabamos por fazer o mal. E, irmãos, ao lermos essa palavra, não podemos ter a prepotência de achar que só nossos filhos, maridos, familiares e amigos têm essa natureza pecadora que São Paulo cita em sua carta aos Romanos. São Paulo, que é santo, ADMITE sua natureza pecadora! Ele não diz VOCÊ, ele é muito claro quando cita a si mesmo como pecador que faz o mal, embora queira praticar o bem. Como São Paulo, admitir para nós e para os irmãos da Pastoral da Sobriedade nossa impotência, nossa incapacidade para praticar apenas o bem, é uma atitude de dignidade e um ato de coragem. Entendeu agora porque o 1º Passo – ADMITIR, é, talvez o passo mais difícil a ser dado na caminhada? Mas ele é, também o primeiro passa para nossa vitória.
Deus está de mãos estendidas e precisamos começar a reconhecer a Sua real existência. Vamos segurar nas mãos de Deus, nosso Pai, e praticar a confiança Nele para nos mantermos sóbrios, sadios. Deus quer operar o milagre em você, mas Ele precisa que você colabore, participe do milagre. Dê o 1º Passo, procure um grupo da Pastoral da Sobriedade para, juntos renovarmos a esperança de cura, de libertação com Jesus Cristo, nosso Senhor!
TEREZINHA ABREU - REGIONAL LESTE I